segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Avenged Sevenfold - Por quê Deathbat?





A simbologia é parte integrante da arte como um todo e com a música não poderia ser diferente. Muitas bandas e artistas se inspiram nela para compor suas obras ou adotar símbolos que acabam por se tornar a imagem visual de seu trabalho.


Quem nunca ouviu falar de “Eddie”, mascote morto-vivo da banda Iron Maiden ou não se lembrou imediatamente do grupo Mottorhëad ao ver a famosa ilustração do “Snaggletooth” – a face monstruosa com presas imensas que se tornou símbolo da banda após aparecer na capa de seu primeiro álbum, o self-titled “Motorhëad”, lançado em 1977.







Indo um pouco mais além, um gesto inicialmente introduzido por um único homem mudou a cara e a história do rock. Não sabe do que estou falando?
Ronnie James Dio (1942-2010), um dos maiores ícones do rock de todos os tempos, foi o primeiro a utilizar “il malocchio”, gesto que acabou difundido como o maior, e talvez único símbolo verdadeiro, do rock. Ainda não sabe do que estou falando? Tudo bem!



Quantas vezes em sua vida, durante um show, você levantou o braço com a palma da mão voltada para frente, fechou os dedos polegar, médio e anular deixando apenas o mindinho e o indicador estendidos? Meus parabéns, você também é um adepto ou adepta do “malocchio”!
O símbolo data da Idade Média e não tem nada a ver com demônios, satanismo nem nada parecido. "Il malocchio”, olho mau/ruim em italiano, era utilizado como forma de proteção contra o mau olhado. Ao invés de apontar os dedos para cima, apontava-se para frente num ângulo reto, de forma a “furar os olhos” dos mal intencionados e invejosos de plantão. Dio disse em entrevista que aprendeu o gesto com a avó, que o fazia sempre, apontanto para tudo e todos que cruzassem seu caminho.

Há quem diga que o rock só sobreviveu até hoje por causa do gesto. Nenhum outro estilo musical espantou tanto mau olhado durante a sua história. O rock está bem protegido por seus fãs e continuará popular por muito tempo, "furando os olhos" de todos os que invejam o seu sucesso.






A maior parte dos fãs do Avenged Sevenfold não sabem, mas existe muito significado por traz do Deathbat.
Os crânios com asas foram introduzidos há séculos na tradição religiosa cristã (católica e protestante) como uma memória constante de que a morte espera por todos nós. Esculturas do gênero são comuns em igrejas e túmulos, tendo sido muito populares na América até o final do século XVIII, quando foram introduzidas nos cemitérios figuras mais “felizes” como querubins e anjos, com as quais estamos habituados atualmente.
Apesar do significado geral, há três tipos diferentes de crânios alados (também chamados de “cabeças da morte”): os que tem asas de pássaro, os que tem asas de morcego e os que tem uma asa de cada tipo.
As asas de pássaro simbolizam a vida enquanto as de morcego são um presságio da morte e os crânios com os dois tipos de asas representam a passagem do ser pela vida e seu caminho na direção da morte. Esses últimas eram geralmente esculpidos ou desenhados “olhando” para o lado da asa de pássaro. Quando isso não ocorre, é comum a presença de uma coroa sobre o crânio, simbolizando o dom da vida.
Algumas vezes ossos cruzados são representados sob o crânio alado. Esses ossos aludem à cruz de Cristo e, juntamente a "cabeça da morte", representam a ascensão do espírito aos céus e a vida após a morte. Não eram poucas as vezes em que a expressão latina “memento mortis”, que quer dizer: “lembre-se da morte”, era acrescentada à imagem.
A imagem da “cabeça da morte” foi utilizada durante muito tempo pelo 490º esquadrão de bombardeio do exército americano, famoso nos Estados Unidos por sua história, que teve início em 15 de setembro de 1942, na Índia. No entanto, a primeira missão de combate do esquadrão utilizando-a data de 18 de fevereiro de 1943, com os aviões B-25 Mitchell ostentando o – agora famoso – crânio alado. O símbolo foi uma adaptação da insígnia pessoal do oficial comandante Major James A. Philpott.
O Avenged Sevenfold é mundialmente reconhecido pela forte influência bíblica em suas músicas, além do apoio que oferece às forças militares americanas e sua causa. Várias composições da banda apresentam alguma dessas influências, entre elas: Chapter Four, The Beast and the Harlot, Critical Acclaim, M.I.A., Gunslinger etc.


O Deathbat está presente nas capas de todos os álbuns e DVDs da banda, sendo que uma versão estilizada foi feita para o “City of Evil”, representando o Cavaleiro da Morte. No álbum “Nightmare” ele representa a própria morte preparando-se para levar uma criança inocente (alusão ao falecimento do baterista Jimmy “The Rev" Sullivan).

Podemos vê-lo também nos vídeos, shows e todo o material promocional disponibilizado pelo A7X. Diversos fãs possuem o símbolo tatuado como uma homenagem aos ídolos e os próprios integrantes possuem versões diferentes do crânio com asas de morcego tatuadas.
A escolha do Deathbat como símbolo não foi assim tão ao acaso quanto se pensa e, analisando os fatos, dá pra notar que a banda é muito bem representada pelo seu mascote.


Fonte : A7X Team

Nenhum comentário:

Postar um comentário